outubro 14, 2020

Como Mudei de Vida



Olá, bem-vindos! Em colaboração com o Projeto Mudar de Vida do Manuel, foi-me questionado qual foi o maior obstáculo que encontrei e por que fases passei no meu processo de mudança de vida. E é disso mesmo que vou falar neste video.

Queria ressalvar desde já que apesar de me ter despedido do meu emprego em busca de novos desafios, a Mudança de Vida que falo neste vídeo é sobretudo uma mudança pessoal, em busca duma vida significativa e sobretudo de procura do meu próprio estilo de vida. Porque penso que quando queremos mudar, muitas vezes é por uma busca muito mais interna de propósito, de missão, do que às vezes pode parecer...


O maior obstáculo da minha Mudança de Vida

O sentimento de escassez foi sempre o grande obstáculo e o "culpado" de toda a infelicidade e falta de coragem para avançar.
Para mim o maior obstáculo foi o de perder um "emprego certo", com um "dinheiro certo" ao final do mês, num sítio onde estava bem e era bem tratada e estava exatamente na minha área. Parecia uma loucura querer sair, quando aparentemente tinha tudo para ser feliz...
Escrevo "emprego certo" com aspas, porque nada é certo ou seguro, mas há uma segurança mental associada...


Fases do meu processo de Mudança de Vida:

1. Despertar

Um experiência de voluntariado internacional fez-me perceber que afinal as pessoas não pensam nem vivem todas da mesma forma que eu...


2. Recusa e vitimização

Mas por que é que eu não me sinto feliz assim, como os outros? Se eu gostasse do que faço e de como vivo seria tudo perfeito, porque eu já tenho uma vida perfeita. Só falta mesmo eu encaixar-me nela, que parece ser o mais fácil para as outras pessoas...
O que é que eu tenho de errado?


3. Alternativas

Mas então o que é que eu gostaria de fazer? Que alternativas tenho? O que gosto de fazer? O que tenho jeito para fazer?
Quem sou eu e para onde quero ir??? O que me faz feliz?


4. Teste

Para mim as experiências são valiosas para um processo de autodescoberta e de transformação. Não vamos saber se gostamos de fazer uma coisa sem experimentarmos, porque nada é exatamente aquilo que imaginamos antes de experienciar.
Eu fiz imensas experiências de voluntariado e, enquanto punha ao serviço dos outros as minhas competências ia refletindo sobre o que gostava e tinha jeito para fazer, em que tipo de organizações gostava de colaborar, que tipo de visão e que missão queria ter do mundo.
Esta fase de teste durou vários anos...


5. Aceitação interna

Uns 3 anos depois e o desconforto não passava. Só ficava pior... Quanto mais experiências tinha, quanto mais viajava e olhava para o mundo, melhor percebia que de facto havia imensa coisa a acontecer que eu queria fazer e o meu desconforto e sensação de prisão aumentava, sentindo que o mundo estava a girar em alta velocidade e eu estava ali presa.
Nessa altura percebi que tinha mesmo que aceitar que o meu caminho era outro, sem sentimentos de culpa.
A mudança já tinha acontecido dentro de mim, só faltava ter a coragem de a manifestar à minha volta.


6. Preparação

Fiz Planos A, B e C para ganhar dinheiro, caso as coisas não corressem bem. Colei-os nas paredes da minha casa, assim como frases motivadoras e inspiradoras e desenhos de como eu queria que a minha vida fosse. Isto porque a visualização é de facto uma ferramenta muito poderosa!


7. Aceitação externa: "Bênção" da família

Finalmente os meus pais perceberam o sofrimento em que eu vivia e conseguiram libertar-se também eles das suas expectativas, medos e estereótipos e apoiaram-me na minha mudança de vida, dizendo que se eu viesse a precisar de ajuda eles estariam lá.


8. Remoção do obstáculo

Oops... Acabou-se a "desculpa"...
Depois de ter removido o grande entrave, a escassez, fiquei só eu, despida de bodes expiatórios. Eu era a única responsável pelo meu destino...


9. Despedimento

A vida é demasiado curta para não fazer e ser o que desejamos. 
Os 10 últimos anos de vida da minha mãe com uma doença crónica e o seu falecimento fizeram-me olhar para a vida duma outra forma. Já não fazia sentido esperar nem mais um minuto para viver a vida com a intensidade que sentia cá dentro... Nesse momento despedi-me, mesmo sem saber ao certo o que iria fazer de seguida...



Notas finais

Claro que a mudança de vida não termina aqui. Uma nova e intensa jornada iniciou-se no momento em que decidi fazer uma vida diferente.

Com a minha experiência não quero de todo fomentar que outras pessoas façam o mesmo. Apesar de ter estudado e testado muito a minha mudança de vida, não acho que tenha sido prudente despedir-me sem ter uma alternativa. No entanto, como sou uma pessoa muito preocupada com o futuro, esta experiência fez-me ver que os cenários que imaginava eram todos piores do que efetivamente aconteceu na realidade. Um mês depois já estava a receber uma proposta de trabalho num projeto onde tinha gostado muito de ser voluntária, mesmo sem ter procurado...

Percebi mais tarde que não era assim tão importante o que eu ia fazer depois profissionalmente. O que eu pretendia era mesmo um encontro comigo, com um estilo de vida mais próximo com aquilo que almejava ser, sentir e viver.

Não acho que faça sentido despedirmo-nos ou fazermos uma mudança radical de vida sempre que nos sentimos insatisfeitos. Acho que todos nós temos umas "agulhinhas" a picarem-nos. O que nos distingue é a forma como cada um de nós lida com elas. Às vezes conseguimos integrar essa sensação de insatisfação na nossa vida duma forma mais ou menos pacífica, criamos os nossos escapes, outras vezes fingimos que nem sequer existem, e outras vezes precisamos mesmo de um reset.
Seja como for, estamos todos no mesmo processo e é a atitude e a forma como lidamos com isso que vai ditar as nossas ações.


Se quiserem saber mais sobre o projeto que o Manuel está a desenvolver sobre Mudança de Vida, podem espreitar o site dele aqui: https://projetomudardevida.com/


Beijinhos e abraços e sejam felizes!

Encontramo-nos na próxima história de desenvolvimento pessoal 😉

Raquel
Digital Nomad, Blogger, Traveller, House & Pet Sitter
OverTrail.com

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