Passaram-se 22 dias em viagem. Nunca tinha estado tanto tempo fora do meu país... E tanto tempo fora do meu país sozinha... E num país com tão má fama...
E não tenho ganas nenhumas de regressar... Ao frio, à rotina, às discussões da crise, ou até às discussões sobre temas sociais, políticos ou ambientais que me têm entusiasmado tanto nos últimos anos.
Só vive nisto quem quer... Somos responsáveis pelo que acontece nas nossas vidas e existem sempre opções na nossa vida de sermos coerentes com o que pensamos ser correto. Vi pessoas que deixaram cidades, percursos profissionais e identidades para irem viver para uma ilha numa casa sem luz nem água. A questão é que dá trabalho, envolve risco e acima de tudo sentimos o medo de sermos excluídos da sociedade. E sabemos que se arriscarmos não vamos ser compreendidos, e se a coisa correr mal poucos são os que se manterão ao lado para o que der e vier, mesmo não compreendendo. A força da máquina é muito poderosa... Mas é aqui, entre a incompreensão e a disponibilidade para a aceitação que se encontra o AMOR.

E penso, depois de ter escrito neste blogue durante 22 dias, quantas pessoas o terão lido? Será que as suas vidas agitadas de preocupações e afazeres o permitiram? Será que deixaram isso para outra altura, "para quando tivessem tempo"? Será que o conteúdo é minimamente interessante para lhes captar a atenção?
Bom, este blogue serviu para relatar as minhas experiências para mim, antes de tudo. É um projeto pessoal do qual me orgulho imenso. Um dos mais entusiasmantes que fiz. Tem muito valor para mim e se inspirar alguém será um bónus para o próprio. Sinal que não perdeu o seu tempo :-)

Obrigada aos que seguiram os meus passos. Espero ter-vos feito viajar de alguma forma.


E a próxima viagem já está na imaginação :-)

OH, JÁ ACABOU? QUERIA MAIS...

Usaquén

Acordámos de manhã, apanhámos um bus e fomos a zonas de Bogotá que eu não conhecia: a zona financeira e a bonita zona de Usaquén, onde almoçamos.
Eu dizia ao Tiago que os/as colombianos eram muito feios, baixos e gordos, mas ele convenceu-me que não é verdade com este passeio. A questão é que no centro histórico, onde eu tinha estado antes, ainda há muitos indígenas e como é uma zona de um estrato mais baixo (na Colômbia existem 6 estratos e dependendo da zona onde vivem é-lhes conferido um estrato) as pessoas também não se produzem tanto.
Por outro lado, na zona financeira, onde se concentram muitas empresas, também se vê muita gente que não é colombiana, mas que está lá a trabalhar. As pessoas têm um ar mais cuidado e parecido com o europeu.

Usaquén é uma zona bonita que mantém traços coloniais. Deve corresponder ao estrato 5 e por isso é muito cuidada.


QUITO, UMA CIDADE BONITA






Praça Centro Histórico de Quito

Bem, logo de manhã fui visitar a parte histórica da cidade de Quito com a minha colega de quarto: a Chelsea. Ela é australiana e farmacêutica, mas despediu-se do trabalho para fazer esta viagem à América do Sul :-)
Ela diz que o Equador é o país com nível de vida mais barato da América do Sul e é bem capaz de ser verdade! É uma verdadeira maravilha :-) É pena é Quito ser tão fresco ao início da manhã e fim da tarde. É que esta altura do ano não é a mais quente.. E a humidade torna muito difícil suportar as temperaturas altas e baixas...
Mas achei muito bonito o centro da cidade. Mais bonito que a parte histórica de Bogotá e mais solarengo também ;-)

De manhã acordamos cedo e aproveitamos a fazer um tour para ver tartarugas gigantes em liberdade, passar por debaixo dos túneis de lava e por fim ver as crateras Los Gemelos.

 

O 3º PARAÍSO DESTA VIAGEM...

Após um dia e meio de viagem (com 5 voos + 2 bus + 1 ferry) eis que chegamos às Islas Galápagos, no Equador.
Encontrei-me com o meu pai no dia anterior, em Quito, e seguimos juntos para as Galápagos.

Aqui é menos 1h do que no continente, o que perfaz uma diferença horária de menos 6h em relação a Portugal.



A nossa 1ª refeição no restaurante improvisado pelos pescadores :)

DIA 15

Isla Santa Cruz
A tarde foi para nos ambientarmos e procurarmos preços dos tours para os dias seguintes.
Às 18h fomos comer um peixinho ao molhe dos pescadores. É uma coisa improvisada por eles para escoarem o peixe. Hum.. Muito bom!
E o melhor é que é mesmo local e barato. Obviamente não há grande higiene, mas estava muito bom!

JÁ NO 14º DIA DE VIAGEM???

Passou muito rápido...
E como sempre foi bem mais fácil do que eu imaginava...
Tenho que fazer um agradecimento especial ao Tiago, ao Rui Batista e à minha prima Sofia, que tendo estado na Colômbia anteriormente deram-me imensas dicas e muita força :-)

Viajar sozinho parece ser mais difícil do que o que é na realidade. Também parece mais solitário do que é. Também parece ser menos "normal" do que é. A maior parte das pessoas que conheci em viagem estavam a viajar sozinhas. Algumas pareciam estar acompanhadas, mas eram conhecimentos durante a viagem, como eu também os fiz. Viajei durante 3 ou 4 dias com a Khonsu e a Sandra. No entanto não nos conhecíamos antes...

Espera-me agora uma nova etapa e a nostalgia começa a instalar-se. Sinto que ainda não era hora de me despedir da Colômbia. Ainda não estou preparada para dizer adeus a este paraíso, a estas experiências, a estas pessoas. 

Um dia inteiro a viajar para Quito. Não me apetecia nada... Mas vou conhecer outro paraíso que há muito ambiciono conhecer, as Ilhas Galápagos :-)

HÁ SEMPRE UMA HISTÓRIA CHEIA DE ADRENALINA NO ÚLTIMO DIA PARA CONTAR...

Bem, de manhã juntamo-nos 4 pessoas (eu, o francês, a dinamarquesa e uma alemã) e fizemos o percurso de regresso a Santa Marta: 2h a caminhar no parque e 1h de bus.

Não sabíamos, mas estava prevista uma manifestação em Santa Marta por causa de uma norma que saiu há uns dias. O que aconteceu foi que há cerca de uma semana dois homens numa mota assassinaram um homem e a filha noutra mota, em Santa Marta. Dizem que devem ser ajustes de contas, porque isto não acontece normalmente. Por isso a autoridade local proibiu que dois homens andem de moto. Claro, é ridículo... Por isso os locais manifestaram-se. Até porque isso prejudica muito as motos-táxi.
Quando estávamos a poucos km de Santa Marta ficamos parados na estrada. A polícia estava a tentar controlar a situação e só se via gente a atirar pedras e a fugir. Fizeram três linhas de fogo para cortar a estrada. Depois houve uma mota que escapou e um policia disparou. Fiquei mesmo com medo... O policia estava mesmo ao meu lado, do lado de fora do bus. Não sei se disparou uma bala, ou se seria uma bala de borracha ou outra coisa, mas fez barulho e assustou toda a gente. As pessoas começaram a fugir.

O 2º PARAÍSO ENCONTRADO NA COLÔMBIA

Bom, o 11º dia começou com muito cansaço, cheia de picadas de mosquito e com alergia ao sol. Fiquei na dúvida se deveria ir para o Parque Nacional Tayrona, ou simplesmente se deveria descansar um dia e ir ao parque no dia solarengo seguinte.
Finalmente decidi ir e decidi muito bem :-)



Centro Histórico de Cartagena

O CANSAÇO COMEÇA A
MANIFESTAR-SE...

Acordei muito cansada e cheia de picadas de mosquito. Cartagena é terrível com os mosquitos... Estava também com alergia ao sol ou ao calor. Tenho o corpo a pedir descanso do calor... E os próximos dias vão ser de muita praia e calor...

De manhã fui visitar o centro histórico de Cartagena. É lindo e muito romântico, com as charretes e tudo muito bem cuidado. Mas claro, é turístico e caro. Aqui comprei muitas coisinhas de artesanato!
Almocei no La Mulata, um restaurante muito fixe e recomendado pelo meu amigo Rui Batista. Gostei muito!
A limonada de leite de coco era bestial! Mas nunca ando com muita fome, porque passo o dia a beber sumos naturais. Uma magnifica dieta! :-)

O PARAÍSO...

Estas ilhas estão a cerca de 1 hora de lancha de Cartagena de las Indias e são aquele tipo de paraíso muito simples e genuíno. Não existe eletricidade nem água potável nas ilhas, existindo apenas uns geradores nos 2 ou 3 hóteis da Isla Grande. A Ilha Grande tem cerca de 900 habitantes.

Raquel Ribeiro, Maria Rossio, Lina Gutierrez e os dois representantes da Cooperativa Cafetaleros del Norte del Valle

A COLÔMBIA TOMA CONTA DE MIM...

Cheguei ao terminal de bus de Pereira às 19h do dia anterior e a Lina (Coordenadora de país da CLAC) veio receber-me, juntamente com 2 rapazes. Eles são funcionários e gestores da qualidade de uma Cooperativa que está a começar a certificar-se no comércio justo e vieram conhecer a cooperativa de comercio justo pioneira na Colômbia: a Asprocafe Ingrumá.

http://fairtradeusa.org/producer-profiles/asprocafe-asprocaf-ingrum

Cheguei de avião a Arménia às 10h e fui ter ao terminal de bus. A minha companheira Sandra veio de bus ate Arménia e ficamos de nos encontrar e viajar juntas ate Salento.

Na fila do aeroporto para fazer check-in pedi uma informação a uma senhora que também estava na fila. Bem, foi o suficiente para conversarmos e no final ela me ter dado boleia à chegada a Arménia. Trocamos e-mails e ela disse-me que podia ficar em casa dela. Além disso já me queria dar dinheiro para o bus com medo que eu não tivesse cambiado. Que senhora maravilhosa!!

Foi uma surpresa maravilhosa encontrar esta pessoa. Senti-me adotada por ela. Deu-me imensos conselhos e levou-me ao terminal.

Hoje acordei às 5h30. É muito difícil manter-me acordada depois do amanhecer por causa da luz...
E pronto, vim para o computador do Hostel e aproveitei a pôr a escrita em dia ;) 




Fotografia tirada de Monserrate

Ontem fomos ao Santuário de Monserrate, visita obrigatória a quem vem a Bogotá. Subimos de funicular (cerca de 2500m) e descemos a pé.  Estava cheio de gente! Ao que parece é vulgar as famílias irem a Monserrate ao domingo. Vão à missa e ficam por ali. A vista da cidade é de facto muito bonita dali.
Na realidade, parece ser vulgar as pessoas fazerem tudo em todo o lado. Nunca vi uma cidade com tanta gente! Há gente por todo o lado!

Hoje acordamos (eu e a minha colega de quarto, a Sandra) e fomos caminhando pelas ruas da Candelária. Fomos à Praça Bolívar, a algumas igrejas e museus e passeamos pela Carrera 7,que é a mais importante aqui.


Praça Simon Bolivar

Almoçámos e logo a seguir começou a chover muito, por isso voltamos para o hostel. Choveu durante umas horas.. E à noite fomos jantar à zona mais fixe daqui: el Chorro de Quevedo. É como as galerias no porto à noite, mas à moda da América latina ;) Fica muito perto do nosso hostel. Muita salsa, pessoas, artesanato lindo e comemos bem.
Não me imaginava a sair à noite em Bogotá e muito menos logo na segunda noite da minha viagem. Mas de facto não parece assim tão perigoso.. É como andar em Lisboa à noite. Há pessoas de muitas cores e feitios e algumas não inspiram muita confiança, mas depois até calha de falarmos com elas e não é necessário assim tanto medo... São simpáticas e prestáveis!

O primeiro dia foi muito produtivo!

Saí às 8h de comboio rumo a Lisboa na companhia dos meus papás.
De manhã visitamos o CIDAC e a sua loja de comércio justo. Como sempre, fomos muito bem recebidos! O Stephane dedicou-nos tempo, embora estivesse na preparação de uma conferência que ia começar de tarde. Foi mesmo muito amável!
Conversamos e ficamos a conhecer um bocadinho melhor esta ONGD.

De tarde fomos visitar a Mó de Vida, também ONG. O Carlos também dedicou-nos uma parte da sua tarde para nos apresentar a cooperativa e conversar um bocadinho.

É de facto muito bom estar com estas pessoas! Sentimo-nos em casa.. :-)

Gostava também de agradecer aos meus papás por me terem acompanhado neste meu primeiro dia de viagem. Foi muito bom sentir o "colinho"!
Um dia cheio de boas vibrações :-)