novembro 13, 2013

DIA 7 - Cooperativa em Riosucio

Raquel Ribeiro, Maria Rossio, Lina Gutierrez
e os dois representantes da Cooperativa Cafetaleros del Norte del Valle
A COLÔMBIA TOMA CONTA DE MIM...

Cheguei ao terminal de bus de Pereira às 19h do dia anterior e a Lina (Coordenadora de país da CLAC) veio receber-me, juntamente com 2 rapazes. Eles são funcionários e gestores da qualidade de uma Cooperativa que está a começar a certificar-se no comércio justo e vieram conhecer a cooperativa de comercio justo pioneira na Colômbia: a Asprocafe Ingrumá.

Centro de Riosucio
Fomos dormir a um hotel em Riosucio para que pudéssemos iniciar a visita às 8h da manhã do dia seguinte. De Pereira a Riosucio são cerca de 2h de carro.
Fomos a um barzinho à noite e depois fomos dormir.
Que bem que me soube ter uma cama a sério e um wc só para mim :-) Já tinha saudades de ter um chão limpo e de um wc sem cabelos e não patinhado :-)



Cooperativa Asprocafé Ingrumá

Bom, na manhã seguinte tivemos primeiro uma reunião de trabalho e troca de experiências e depois fomos visitar uma finca e um pequeno produtor que produz café orgânico na sua casa.
Esta Cooperativa tem 1500 associados e suas famílias, mas neste momento passa algumas dificuldades. Há mais cooperativas agora e o fundo dispersa-se por mais entidades.
A transparência da Maria Rossio (representante e indígena) foi brutal! Deu-nos uma visão muito real das dificuldades da implementação de um sistema de qualidade a este nível, e com uma coordenação de 1500 associados.



Secagem do café

Um biodigestor artesanal, feito por um pequeno produtor




































Falou-se também na crise que o conceito do comercio justo está a ter neste momento. Foi um movimento que nasceu com muito boas intenções e por uma minoria alternativa, mas que cresceu muito e que sofre agora muitas pressões do capitalismo. Juntou-se muita gente com más intenções a este conceito quando percebeu que havia uma verba para pré-financiamento e muitos usaram-na para beneficio próprio. Entrou muita gente para este movimento que não estava alinhada com o espírito que o fez nascer.
Neste momento, com o aumento de cooperativas de comercio justo, já se passam dificuldades e agora começam a sair os produtores que apenas tinham outros interesses...
E neste momento o trabalho de todos, e em especial o da CLAC (Coordenadora latino americana do comercio justo) é o de repensar este conceito.
Achei maravilhosa a abertura, transparência e humildade com que falou do assunto.
A Maria Rossio parece ser uma pessoa extremamente rica e tranquila. Gostei muito dela.

No regresso a Lina ficou em Riosucio e os funcionários da outra cooperativa levaram-me a Pereira. A estrada é assustadora! Cheia de curvas e precipícios e o nosso jipe derrapou por duas vezes e nunca fomos a mais de 60 km/h. Até eles têm medo de andar naquela estrada, até porque há bus e camiões completamente loucos a conduzir. Disseram-me que há muitas mortes nesta estrada, até com bus... Mas a paisagem é absolutamente linda!
Quando dei conta estava a viajar num jipe com dois desconhecidos e depois três, numa boleia. A Colômbia é isto! Simplesmente surpreendente! :-)

Uma paragem a meio da viagem para comer manga fresquinha :)


Às 18h30 tive voo de Pereira a Cartagena.
Voar através da Vivacolombia é toda uma experiência local! Há famílias inteiras com as criancinhas a guincharem toda a viagem e batem palmas e gritam quando o avião aterra. Quase parecia que estava no estádio do dragão :-)
Chegada a Cartagena fui apanhar um bus, mas a polícia não me recomendou. Disse que pela noite era mais seguro o táxi, por isso lá vim eu de táxi até ao hostel. Tinha ouvido falar muito bem deste hostel, mas é horrível! Parece que estou num daqueles filmes de teenagers. São só miúdos e muita fiesta. Não se consegue dormir! Amanhã vou-me pôr a andar daqui. Vou procurar alojamento num eco-projeto que ouvir falar nas Ilhas del Rosário. Estava a contar ir lá só passar o dia, mas aqui não se pode estar. 
Ai meu querido Eje Cafetero, tão calminho e genuíno, te quiero! 

Tenho apanhado sempre quartos mistos. Há sempre + rapazes a viajarem do que raparigas, mas quase todos eles viajam sozinhos.
A minha única companheira de quarto também é francesa e está a fazer uma viagem de 1 ano. Vai em dois meses a fazer América Latina. Depois vai fazer uma parte da Ásia e depois para Austrália.
Amanhã vou para o porto / molhe das lanchas locais. Sairá mais barato apanhar estas lanchas, porque são privadas e não turísticas. Tinha ouvido falar nisto e quando cheguei ao hostel fui jantar aqui ao lado a uma hamburgueria. Quando dei conta tinha 6 ganapos especados a olharem para mim e a comentarem espantados o facto de eu estar sozinha. Falei com eles e lá me explicaram direitinho onde e como deveria apanhar as lanchas. Mas também desaconselharam ir a pé até ao porto local, porque fica fora das muralhas e é perigoso. Caramba, eu tinha lido que Cartagena era o sítio mais seguro onde ia estar, aliás o único de risco moderado segundo a Embaixada, e afinal... Bem, também acho que exageram muito para se desresponsabilizarem e porque não querem notícias más de Cartagena. É uma cidade de turismo, pelo que seria muito mau para quem vive cá do negócio...

Bom, e agora vou dormir, que aqui acorda-se muy temprano.

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